AgroWeg? Participações e operações da WEG no agronegócio
Teka Agroindustrial e Perdigão foram algumas da parcerias da Weg Foto: Ilustração IA JDV
A WEG é, atualmente, uma das maiores empresas do Brasil e do mundo no setor de soluções em tecnologia elétrica, automação e equipamentos industriais. No entanto, além de sua atuação tradicional, a WEG também fez e faz investimentos em outros setores da economia, com o objetivo de diversificar suas fontes de receita e explorar mercados rentáveis.
Entre esses investimentos, destacam-se as operações no setor de pescados (encerrada) e no agronegócio. A trajetória da WEG no agronegócio, por exemplo, reflete sua estratégia de expandir sua presença em segmentos que alinham-se com sua visão de sustentabilidade e desenvolvimento de soluções integradas, sempre buscando eficiência e inovação.
Primeiros passos no agro e reflorestamento
A história da WEG no agronegócio começa nos anos 1970, com a aquisição de sua primeira propriedade rural em 1972, em Corupá (SC). Esse projeto inicial de reflorestamento visava garantir a matéria-prima necessária para a fabricação de embalagens para os motores elétricos da empresa. Com o tempo, a WEG expandiu seus investimentos no setor florestal, plantando eucalipto e pinus para abastecer suas unidades de processamento de madeira.

A WEG instalou uma serraria no Parque Fabril II, em Jaraguá do Sul, para melhorar a qualidade da madeira utilizada em suas embalagens. Ao longo dessa década, o grupo continuou a investir em projetos de reflorestamento, consolidando sua presença no setor agropecuário e florestal.
Fundação da Teka Agroindustrial e primeiro parceria com a WEG
Em 1985, a Teka Agroindustrial foi fundada, diversificando as operações agroindustriais da Teka, tradicional marca de produtos têxteis. A empresa tinha como foco o beneficiamento de fibras vegetais, a industrialização de óleos vegetais e a exploração agropecuária, incluindo a criação de gado e o beneficiamento de carnes. O projeto foi estabelecido em Cuiabá (MT), com o objetivo de expandir suas operações no Centro-Oeste e na Amazônia.
Em 1986, a WEG adquiriu uma participação de 24,7% na Teka Agroindustrial, que foi aumentada para 30,3% em 1989. A parceria foi estratégica, pois a Teka buscava recursos financeiros e incentivos fiscais da SUDAM (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia) para viabilizar seus projetos em Mato Grosso. A WEG, com sua forte base financeira e foco em sustentabilidade, viu a oportunidade de contribuir para o sucesso do empreendimento.
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Expansão da Teka Agroindustrial no beneficiamento de soja e algodão
Em 1987, a Teka Agroindustrial diversificou suas operações, entrando no setor alimentício. A empresa construiu uma usina de esmagamento de soja e extração de óleos de algodão e babaçu em Cuiabá (MT), com recursos da SUDAM. Com essa usina, a Teka passou a fabricar azeite, margarina e derivados de soja, consolidando sua presença no mercado de óleos vegetais e outros produtos alimentícios.
No entanto, as dificuldades do mercado, como a praga do bicudo e o alto custo das operações, levaram a Teka a se desfazer de seus ativos no setor agropecuário no início dos anos 1990. Em 1992, a Teka Agroindustrial foi vendida para o grupo Ceval, e a Teka voltou-se exclusivamente para o setor têxtil.
Ao mesmo tempo em que a WEG expandia sua atuação no agronegócio, a empresa também se envolvia em outros investimentos importantes, como a aquisição de participação na Perdigão S.A.. Em meados dos anos 1990, a WEG comprou 10,3% das ações da Perdigão, uma das maiores marcas de alimentos do Brasil, com forte presença no mercado de carnes, frios e produtos lácteos. Eggon João da Silva (um dos fundadores e ex-presidente da WEG) assumiu a presidência da empresa, fortalecendo sua presença no mercado.
A WEG Florestal
Simultaneamente à sua parceria com a Teka, a WEG também continuou sua atuação no setor florestal por meio da WEG Florestal, uma divisão focada no reflorestamento e na gestão de recursos naturais. Com o objetivo de garantir matéria-prima para a produção de embalagens, a WEG Florestal expandiu suas áreas de cultivo de eucalipto e pinus e continuou a investir no manejo sustentável das florestas.
Em 1986, Ronaldo Klitzke, médico veterinário, foi chamado para assumir a direção da WEG Florestal, que gerenciava os projetos de reflorestamento , como as áreas de cultivo de eucalipto e pinus. Klitzke trabalhava em uma fazenda no Pará, de propriedade de Roque Quagliato, um dos maiores pecuaristas do Brasil, também conhecido como “o rei do gado”.
Uma de suas atribuições seria liderar um projeto de criação de gado de corte, em algumas das propriedades da Weg na região.
Criação da RF Reflorestadora
Em 2011, a WEG consolidou ainda mais sua presença no agronegócio com a criação da RF Reflorestadora, uma empresa dedicada ao reflorestamento e à produção de madeira para abastecer suas serrarias. Com sede em Araquari (SC), a RF Reflorestadora atualmente administra 12 mil hectares de terras em Santa Catarina, com 6.220 hectares de áreas de reflorestamento.
Apesar de a RF Reflorestadora ter autorização para atuar no manejo de gado bovino, não há informações ou projetos conhecidos envolvendo essa atividade. Sua principal função continua sendo o reflorestamento e a produção de embalagens de madeira para o Grupo WEG.
Em 2023 a empresa publicou anúncio de empregos para funções em suas diversas unidades de reflorestamento. Por meio dessa agência é possível descobrir novas vagas disponíveis nessa unidade.

Em 2021, a WEG preparou mais de 4 mil mudas de plantas das mais variadas espécies para distribuir aos colaboradores da Companhia, em uma ação de incentivo à preservação do meio ambiente. As mudas foram resultado do plantio de sementes em área da própria empresa, na Unidade de Reflorestamento em Araquari/SC. A distribuição aconteceu na saída dos refeitórios de Jaraguá do Sul e foi realizada por voluntários da WEG nos dias 20, 21 e 22 de setembro.

Como isso impacta sua vida
Os investimentos da WEG em alguns setores podem parecer distantes do dia a dia, mas eles influenciam diretamente a economia, a inovação, a geração de empregos e a sustentabilidade ambiental da região. Ao diversificar suas operações, a empresa contribui para a oferta de produtos de qualidade, fortalece cadeias produtivas locais e apoia práticas que preservam recursos naturais, impactando tanto o mercado quanto a comunidade ao redor.
Marcio Martins
Profissional da comunicação desde 1992, com experiência nos principais meios de Santa Catarina e no poder público. Observador, contador e protagonista de histórias, conheço Jaraguá do Sul como a palma da mão