Coluna: Para o eleitor pensar

Senador Jorginho Mello (PL), candidato a governador, postou em sua página do Facebook uma foto que correu o mundo no último dia 1º de abril, quando o ex-jogador Cafu sorteou os grupos das seleções que vão à Copa do Catar. Na foto, o mundialmente famoso lateral direito brasileiro estampa largo sorriso ao anunciar o Brasil no Grupo G, com a Servia, Suíça e Camarões. Na publicação, o senador alterou o texto da papeleta. No lugar de “Brasil”, colocou seu próprio nome como o grande protagonista da CPI da Covid. Será que Cafu autorizou o uso público de sua imagem em escancarada propaganda política antecipada, dando a impressão de que ele apoia Mello?

Fizemos, articulamos?

Do senador Dario Berger (PSB), pré-candidato a governador: “Se as obras nas nossas rodovias não pararam, foi devido ao grande esforço que fizemos para aprovar na Comissão de Orçamento (do Senado), em 2018, o maior volume de recursos para a infraestrutura – R$ 576 milhões. Além disso, articulamos o acordo entre o governo do Estado e o governo federal na Comissão de Infraestrutura, em 2021, que viabilizou repasse de mais R$ 465 milhões para agilizar os serviços”. Fizemos, com quem senador? Articulamos com quem, senador?

Eleições

• Em Florianópolis, segue a comilança desenfreada. Não há reunião política para tratar de coligações sem uma boa mesa, ao meio-dia, ou à noite. Já dizia uma liderança da antiga Arena em Joinville, frequentador assíduo de reuniões do partido com fartura gastronômica: afinal, não dá para resolver os problemas do mundo com a barriga vazia.
• Gean Loureiro (União Brasil), candidato a governador, reuniu-se com deputados estaduais do partido, que tem quatro cadeiras na Assembleia Legislativa: Felipe Estevão (ex-PSL), Jair Miotto (ex-PSC), Laércio Schuster (ex-Podemos) e Ricardo Alba (ex-PSL).
• Loureiro diz que o PSD de Raimundo Colombo é o preferido número um para possível coligação. Mas diz o mesmo para ala do MDB que apoia a candidatura de Antidio Lunelli. Que por sua vez, dizem a mesma coisa para o próprio Loureiro.
• Deputado Luiz Fernando Vampiro (MDB), ex-secretário da Educação, retomou sua cadeira na Assembleia Legislativa, até agora ocupada pela suplente Dirce Heiderscheidt. Mas ela fica por lá mesmo. Assistente social aposentada, foi nomeada assessora da liderança da bancada.
• Senador Jorginho Mello (PL) foi ontem (6) à Brasília chorar as pitangas para o presidente Jair Bolsonaro (PL). Queria saber se o presidente vai mesmo apoiar em Santa Catarina o secretário Nacional da Pesca e Aquicultura, Jorge Seif Jr., de Itajaí, para senador.
• Mello, que tramou (sem sucesso) com a vice-governadora Daniela Reinher (PL) a queda de Carlos Moisés (Republicanos) foi oferecê-la como candidata ao Senado. Deputados Coronel Armando e Daniel Freitas, ambos do PL, e Kennedy Nunes (PTB) também foram citados.
• Deputado estadual Marcos Vieira (PSDB), 69 anos, está internado no Hospital Baía Sul, em Florianópolis, com obstrução intestinal, o que pode levar a um procedimento cirúrgico. É o mesmo problema havido com o presidente Jair Bolsonaro (PL) em janeiro passado.
• O Patriotas de Santa Catarina não tem o menor interesse em negociar coligações com partidos que vão disputar o governo do Estado nas urnas de outubro. Segundo o presidente estadual, Vanderson Soares, o foco, único, é a eleição de deputados.

 A dispersão de votos

Uma preocupação pertinente da Associação Empresarial de Rio do Sul: em 2018, nada menos que 57% dos eleitores do Alto Vale do Itajaí não votaram em candidatos a deputado federal daquela região e outros 64% disseram “não” para candidatos da região à Assembleia Legislativa. À época, apenas o ex-prefeito de Rio do Sul, Milton Hobbus (PSD) foi reeleito. O que motivou a campanha “Vote pelo Alto Vale”, em andamento.

Aqui não é diferente

É a realidade do Vale do Itapocu, também. Já tivemos três deputados estaduais em uma mesma legislatura, mas desde 2014 elegemos um único parlamentar, o tucano Vicente Caropreso. Deputados mais próximos estão em Joinville, mas pouca atenção nos dão. O voto (ainda) não é distrital, restrito a candidatos regionais. Por isso mesmo, há essa “invasão” a cada eleição geral. A explicação pode estar na contínua migração interna de trabalhadores.