Brasil

Centenas de fiéis celebraram com tristeza a missa de reparação pelas imagens quebradas na Igreja São Mateus

Com sentimento de luto profundo, com a mão no peito, fiéis se sentiam também “quebrados interiormente”.

12/10/2022

Na terça-feira, 11 de outubro, véspera do Dia de Nossa Senhora Aparecida, um sentimento de comoção reuniu centenas de pessoas na Matriz São Mateus, em São Mateus do Sul. Fiéis paroquianos e pessoas de outras paróquias, se reuniram na igreja para uma celebração com Dom Walter Jorge, bispo diocesano de União da Vitória.

Em um clima de luto, de reflexão, com o altar desnudo, padres, bispo e diácono revestidos de paramento roxo celebraram a Missa de Reparação pelos pecados cometidos no interior da igreja com a quebra de quase 30 imagens de santos, de Jesus e de Nossa Senhora.

O fato ocorreu no horário do almoço, quando segundo relatos do padre Diego Ronaldo Nakalski, alguém teria entrado na igreja, fechado a porta e cometido o vandalismo. “Acreditamos que isso aconteceu entre 11h45 e 12h30, e quem fez isto fechou a porta da igreja para ninguém ver, pois a igreja sempre fica aberta para as pessoas rezarem. Escutamos um certo barulho e logo alguém correu nos informar do acontecido. Foram quebradas 28 imagens no total, incluindo as imagens da sala dos santos, do batistério, a imagem do Sagrado Coração de Jesus e da Padroeira, Nossa Senhora da Assunção. Graças a Deus o Sacrário onde fica Jesus Eucarístico não foi violado e também não foram danificadas as imagens dos anjos”, relatou o vigário paroquial.

O sentimento de comoção, tristeza e indignação tomou conta de toda a comunidade, do município, rendendo mensagens de milhares de pessoas de todo o Brasil e também fora dele por meio das redes sociais que difundiram as imagens do ato e por outros canais de comunicação.

Imagens quebras na Sala dos Santos, local de oração, pedidos e agradecimento dos fiéis.

Rádios, Emissoras de TV e portais de notícias entravam em contato para noticiar o vandalismo cometido. A postagem das fotos no facebook da Diocese gerou 12 mil compartilhamentos; 17 mil comentários; 22 mil curtidas chegando ao número de mais de 2 milhões de pessoas alcançadas pela publicação. A notícia foi matéria de TV e em portais de notícia de filiadas de um dos grandes veículos de comunicação do país.

Por tão grande luto, com o propósito de fortalecer a Comunidade e os católicos diocesanos na fé e reparar o pecado cometido, foi necessária uma missa, na qual o bispo, Pastor da Igreja Local, aspergisse com a água benta as paredes da Igreja, e os locais de profanação, restabelecendo assim a dignidade do Templo, Casa de Deus e local de louvor e encontro de seus filhos e filhas.

A Aspersão da água benta purifica o Templo material, a igreja, e o Templo Espiritual, os fiéis.

A missa na igreja matriz São Mateus que tem também como padroeira Nossa Senhora da Assunção, teve início às 19h.

Entre as imagens derrubadas ao chão estavam a imagem da Padroeira Nossa Senhora da Assunção; a imagem do Sagrado Coração de Jesus, padroeiro da Diocese e a imagem de Nossa Senhora das Graças, uma imagem centenária, que está na Comunidade Paroquial desde a primeira igreja que foi construída no início do Município.

A imagem de Nossa Senhora da Assunção, também padroeira da Paróquia, posta para veneração dos fiéis no lado direito do presbitério também foi jogada ao chão.

O homem suspeito de invadir a igreja tem 35 anos e foi preso no mesmo dia, na tarde de segunda-feira, 10, data que foi registrada a invasão. De acordo com a polícia, o homem foi detido suspeito de furtar um celular, mas foi reconhecido por testemunhas como o responsável pelo ato de vandalismo. Segundo a Polícia Civil, informações colhidas pelo depoimento do suspeito indicam que a ação foi de vandalismo e, a princípio, não teve cunho religioso. A PM informou que, na hora da prisão, o suspeito estava sob efeitos de drogas. O autor deve responder por destruir objetos de devoção, além do furto do celular.

Dom Walter Jorge, com os padres concelebrantes e o Diácono Permanente.

Na Missa de Reparação, presidida por Dom Walter Jorge, além dos fiéis que lotaram a igreja, estiveram: padre Emerson Gonçalves de Toledo, padre em Antonio Olinto; padre João Francisco Sieklicki, padre em Paula Freitas; os padres da Paróquia São Mateus, padre José Carlos e padre Diego Nakalski; e o Diácono Permanente Luiz Francisco Huk, da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, de São Mateus do Sul.

Durante a celebração, Dom Walter Jorge expressou profunda tristeza quanto ao fato, dizendo que pela primeira vez celebrava uma missa em reparação à ofensa de uma igreja.

 

“É a primeira vez que eu celebro uma missa com esta, penitencial, pedindo a Deus o perdão pelo que aconteceu na Casa de Deus. Confesso a vocês que é um momento bastante triste para mim. Que bom que temos a água benta, que jorra do lado aberto de Cristo para nos purificar. Aspergimos aqui o altar e as paredes desta igreja porque o Templo foi violado, foi maculado. A religião que nos liga com Deus foi desprezada”, dizia o bispo.

As únicas imagens preservadas foram a dos dois anjos no Altar Mor, atrás do bispo, que ladeiam o Sacrário, que guarda Jesus na Eucaristia, indicado pela luminária vermelha.

Lembrando os fiéis da comunhão humana e divina que existe na Humanidade, Dom Walter Jorge pediu oração para o autor do delito. “Não queremos julgar, nem condenar as pessoas, mas queremos ver os sinais de Deus em todas as coisas. Esta casa de Deus foi violada. A dor da Igreja, que somos nós, é grande, mas muito maior é a nossa fé na reparação que o amor pode alcançar de Deus. Nós viemos aqui pedir a Deus que perdoe quem fez, que nos ajude a sermos a Igreja que Ele deseja que somos. Hoje nós nos unimos a esta pessoa porque a humanidade é uma só. Quando um membro da humanidade sobe pela bondade e pelo amor, toda humanidade sobe junto com ele, mas quando alguém da humanidade desce, a humanidade inteira desce junto, porque por detrás está o mal, o pecado, que todos nós, em algum momento consentimos”, comentou o bispo.

Com sentimento de luto profundo, com a mão no peito, fiéis se sentiam também “quebrados interiormente”.

Os fiéis que participaram da celebração ainda puderam contemplar as imagens quebradas, que ficaram ao chão como foram deixadas pelo autor do delito. Antes da celebração e ao final, muitos rezaram diante delas ajoelhados, chorando, indignados com o fato. Com sentimento de luto profundo, com a mão no peito, fiéis se sentiam também ‘quebrados interiormente’.

A Paróquia irá fazer uma avaliação daquelas que ainda são possíveis ter uma restauração, e segundo o pároco, padre José Carlos, como expressou na Coletiva de imprensa, dada na terça-feira, 11, às 10h, as pessoas que desejarem ajudar devem procurar a paróquia, não havendo necessidade de comprarem diretamente outras imagens, mas sim, que primeiro busquem a paróquia para saberem como ajudar.

Padre José Carlos, pároco da paróquia São Mateus, em suas palavras ao final da Celebração

Nesta, quarta-feira, 12 de outubro, a Igreja foi reaberta para as celebrações com os fiéis. Às 19h acontece a Missa que celebra Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil.

Fotos e texto: Setor de Comunicação da Diocese.

OUTRAS IMAGENS DA CELEBRAÇÃO

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