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Coluna: O bizarro que virou corriqueiro

Abrir os sites de notícias e se assustar a cada postagem é uma realidade do nosso dia a dia. E isso acontece em todas as plataformas que acessamos. Como se não bastassem as preocupações com o custo de vida e os malabarismos que os brasileiros precisam fazer para pagar as…

01/10/2023

Abrir os sites de notícias e se assustar a cada postagem é uma realidade do nosso dia a dia. E isso acontece em todas as plataformas que acessamos. Como se não bastassem as preocupações com o custo de vida e os malabarismos que os brasileiros precisam fazer para pagar as contas, recebemos uma enxurrada de informações que nos tiram o sossego.

Em termos globais, temos a Guerra na Ucrânia, que parece estar longe de acabar, e a consequente crise humanitária, resultante do crescimento exponencial de refugiados.

Há também as catástrofes ambientais, que se intensificam por todo o mundo. As mudanças climáticas interferem diretamente no tempo e na temperatura, bagunçando as quatro estações. E com tudo isso acontecendo, o que dizer do adolescente que recentemente cortou uma árvore histórica do Reino Unido?!

Em meio a todos os fatos que insistem em nos tirar a paz, existe um universo de futilidades que invadem o nosso feed e servem de válvula de escape para tanta apreensão. Possivelmente por isso, a chamada “imprensa marrom” passou a ganhar um substancial espaço na busca desesperada por audiência. Some-se a isso uma crescente rede de influencers especializados em “dicas” sobre tudo, geralmente sem conhecimento prévio. E o que dizer das fofocas, atraindo a presença de pessoas que julgam entender de comportamento humano? E dos temidos haters?

Assim, ficamos sabendo que uma influenciadora digital de Blumenau casou com um bilionário russo, que a festa ostentação deles durou 72 horas, custou “míseros” R$ 32 milhões, e que apenas o vestido da noiva saiu a “bagatela” de R$ 1,7 milhão!

E o que dizer dos relacionamentos desfeitos de celebridades brasileiras nos últimos dias, com todos especulando e apontando o dedo para afirmar as causas que levaram às separações? E daqueles alunos de Medicina que mostraram as partes íntimas para toda a plateia durante um jogo? Inicialmente expulsos, recorreram na Justiça e nada mais se ouviu sobre o caso. Será que a instituição não sabia dessa prática deplorável? Ou fechou os olhos por se tratarem de estudantes da elite? Serão esses os futuros médicos que os pacientes confiarão suas vidas?!

Sem dúvida, vivemos momentos inquietantes, em que o bizarro virou corriqueiro…

 

 

 

 

Por

Sônia Pillon é jornalista e escritora, formada em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduada em Produção de Texto e Gramática pela Univille. Integra a AJEB Santa Catarina. Fundadora da ALBSC Jaraguá do Sul.

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