Coluna: Política & Políticos – Exoneração temporária?

Alice Kuerten, secretária de Assistência, Mulher e Família de Jorginho Mello (PL), pediu exoneração. Por causa de viagem que faz anualmente à França com a família para assistir ao torneio de Roland Garros onde o filho, Gustavo, foi campeão por três vezes. No Diário Oficial do Estado consta que a exoneração é temporária (coisa inédita), sem vencimentos. Mas há quem diga que ela não volta. Recentemente, a mãe de “Guga”, que assumiu o cargo em janeiro, queixou-se sobre a falta de estrutura e recursos da pasta que dirige.

Ninguém sabe, ninguém viu

A tal “Bancada do Norte”, que reuniria deputados estaduais de Joinville e Jaraguá do Sul em voz única na defesa dos interesses da região, mal nasceu no papel e já implodiu. Por conta do ego inflado que impede colocar todos em uma mesma foto, o que se vê é cada um por si e salve-se quem puder. “Grávidos” de obras que arrogam para si, chegam a quase esbarrarem na porta de secretários e do governador Jorginho Mello (PL) para tratar dos mesmos assuntos.

CURTAS

*Repercutiu a rejeição de pedido de impeachment do prefeito Luís Antônio Chindini (PP) por maioria de votos pela Câmara de Vereadores Guaramirim. Chiodini, com outros 15 prefeitos, é acusado pelo Ministério Público de Santa Catarina de receber propina da Serrana Engenharia para fraudar licitações do serviço de coleta e transporte de lixo.

*Na prática, houve uma tentativa de se condenar quem ainda não foi citado como réu, ou mesmo julgado e condenado, atropelando o artigo 5º, inciso 7 da Constituição Federal que estipula, como direito fundamental, o fato de que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Ou seja, o “suposto” não é sinônimo de condenação.

*Segundo os autores do pedido de impeachment, estimulados pela oposição na Câmara, Chiodini deveria ser afastado do cargo por quebra de “decoro” já que teria agido “de modo incompatível” com a função. O que justificaria um impeachment que, aliás, obteve o “sim” da oposição com três votos.   

*A bem da verdade, o presidente do Legislativo guaramirense sequer deveria ter aceito a proposta, conhecedor que é (ou supõe-se que sim) do texto constitucional vigente. Pior ainda, aprovar seria um atestado de burrice. Em tempo: um dos dois autores do pedido de cassação é o ex-vereador Ernesto Friedemann. Cassado em 2016 por causa de um “crime de trânsito”.

*Senadores Jorge Seif, Ivete da Silveira e Esperidião Amin aparecem em levantamento da Revista Veja sobre o número de assessores (contratados por afinidade ou indicação política) lotados em gabinetes e escritórios regionais de cada um dos 81 senadores. Seif aparece com 28, Ivete Appel da Silveira 38 e Amin com 39.

*Cada senador, para isso, pode gastar R$ 265.120 mensais. Uma “bagatela” de R$ 21,4 milhões a cada trinta dias. De impostos. Do meu, do seu, do bolso de cada um. O campeão desse ranking da Veja é o senador Eduardo Gomes (PL-TO) com 83 servidores à sua disposição.

Nome confirmado

Servidor de carreira e no comando (interino) do DNIT desde maio de 2022, o engenheiro Alysson Rodrigo de Andrade foi confirmado na superintendência do órgão em Santa Catarina. Como foi publicado no Diário Oficial da União do dia 18. Em tempo: Alysson foi nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tem o respaldo do governador Jorginho Mello (PL), do MDB e do ministro dos Transportes, Renan Filho. E, de quebra, do PT catarinense também.  Impressiona ver um profissional apolítico sobrevivendo nesse lodaçal de negócios sujos que assola o país.

 VIA BRASIL

*A primeira sessão da CPMI (16 deputados e 16 senadores) para investigar o quebra-quebra de 8 de janeiro em Brasília foi adiada, de 23 para 25 de maio. Quando também deverá ser eleito o presidente. Com previsão de ser ainda mais bagunçada que a CPI da Covid 19.

*Outras três CPIs já instaladas na Câmara dos Deputados investigam o MST, fraudes em apostas esportivas e as Lojas Americanas. A CPI do MST (um eterno aliado de governos petistas) é considerada como a que poderá trazer mais desgaste ao governo Lula (PT).  

* Com a cassação do mandato de Deltan Dallagnol (Podemos/PR)) e as recentes investidas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados, a oposição ao governo Lula no Congresso trabalha para criar a Comissão Parlamentar de Inquérito do Abuso de Autoridade.

* A ideia ressuscita um requerimento apresentado pelo deputado federal Marcel Van Hattem (Novo/RS) em novembro do ano passado. O Novo criou uma página na internet específica sobre a CPI. Até às 16h05 de domingo (21) 396,7 mil pessoas haviam aderido a um abaixo-assinado.

Ciro Gomes falido

A FolhaPress publicou: “Conhecido pela retórica inflamada contra adversários, o ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) coleciona condenações por danos morais e tem sido alvo de ações de execução em série, o que já resultou em penhora e leilão de imóveis, constante bloqueio em contas bancárias, incluindo R$ 101 mil da sua mulher, chegando até o recente impedimento para licenciar um carro. Como vice-presidente nacional do PDT, Ciro recebe remuneração mensal de R$ 23,5 mil. Nas urnas Ciro implodiu. De 13 milhões de votos em 2018, fez pouco mais de três milhões em 2022.