Brasil

‘Era prevista a tragédia’: o deslizamento na BR-376

Após a tragédia, autoridades e especialistas passaram a discutir se a pista deveria ter sido fechada depois do primeiro deslizamento.

08/12/2022

O que se sabe sobre as vítimas

Ele era muito amoroso, sempre por perto”, diz Tatiane Cristina, filha de João Maria Pires, de 60 anos. Ele era de São Francisco do Sul (SC). Seu caminhão ficou pendurado na rodovia e seu corpo foi resgatado do lado de fora da cabine.

“Em um vídeo, a gente localizou nosso caminhão lá embaixo”, conta Thiago, cunhado de Márcio Rogério de Souza, de 51 anos, que vivia em Curitiba. O corpo de Márcio foi retirado do local do deslizamento dois dias depois de sua família reconhecer seu veículo em imagens aéreas.

“Ninguém estava machucado, então tem que sair”, diz Letícia dos Santos, que viajava com os pais idosos e com o filho de 4 anos em um carro que foi parar em cima de um caminhão tombado

 

Doze pessoas foram resgatadas com vida. No início das buscas, as autoridades chegaram a cogitar que mais de 30 pessoas poderiam estar soterradas, o que não se confirmou. Na sexta (2), as buscas por vítimas foram encerradas pelo Corpo de Bombeiros.

 

‘Guarachuva’

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Como tudo aconteceu

  • 28/11/2022

    Na segunda-feira (28), aconteceram dois deslizamentos no mesmo ponto da BR-376.

  • 15h30

    O primeiro aconteceu às 15h30, quando um talude cedeu no trecho de serra e uma das pistas foi interditada. Mesmo com a chuva sem trégua e a pista coberta por água e lama, o trânsito foi reaberto em uma das faixas.

  • 19h30

    A interdição parcial e as condições do trânsito no local fizeram com que a rodovia ficasse congestionada e, cerca de quatro horas depois, por volta de 19h30, um segundo deslizamento, maior que o primeiro, tomou cerca de 200 metros da pista e arrastou carros e caminhões.

  • Bloqueio

    Por conta da lama, a rodovia foi totalmente bloqueada na área do deslizamento, e não há previsão de quando será liberada.

  • 01/12/2022

    Até quinta (1º), cerca de 7 mil metros cúbicos de terra tinham sido retirados do local, conforme o Governo do Paraná – no total, estima-se que cerca de 12 mil metros cúbicos de material deslizaram da encosta.

  • 07/12/2022

    Por conta da lama, a rodovia ficou totalmente bloqueada na área do deslizamento, e só foi liberada na quarta (7), dez dias depois.

    Responsabilidades

    Após a tragédia, autoridades e especialistas passaram a discutir se a pista deveria ter sido fechada depois do primeiro deslizamento.

    Segundo a Arteris Litoral Sul, concessionária que administra o trecho da rodovia onde aconteceu o deslizamento, o local era monitorado periodicamente e não apresentava risco.

    Já a Defesa Civil do Paraná afirma que a Arteris sabia que o volume de chuva nas horas anteriores ao deslizamento tornavam aquele local vulnerável.

    A Polícia Rodoviária Federal (PRF), por sua vez, disse que cabia à concessionária decidir se o trecho da rodovia deveria ser fechado ou não. Em resposta, a Arteris disse que ainda era prematuro apontar as causas do acidente.

    O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Civil do Paraná abriram procedimentos para investigar as responsabilidades no caso.

    A reportagem do g1 questionou a Arteris se havia monitoramento e obras recentes no local e se havia um plano de segurança ou protocolo em casos de deslizamento ou excesso de chuva na pista, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

    “Alguém decidiu que a gente podia descer”, disse o prefeito de Guaratuba, Roberto Justus, um dos 12 sobreviventes do deslizamento, sobre a pista estar liberada para tráfego mesmo depois de já ter acontecido um deslizamento. “É uma sensação de confiança que você deposita, não é em uma empresa, é em alguém que decidiu aquilo, então, bom, agora eu estou indo por conta desta pessoa”, avalia.

    “Era prevista a tragédia devido à quantidade de água e sedimentos que desciam dos barrancos. Subi [a serra] com muito medo, algumas árvores já estavam sobre a pista”.

    – Elisandro Ieler, motorista de caminhão, passou pela rodovia poucos minutos antes do deslizamento

    O post foi publicado primeiro em   G1

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