Política

Audiência pública de contaminação de rio de captação segue repercutindo em Massaranduba

A audiência foi realizada na Câmara de Vereadores de Massaranduba, a pedido de lideranças da comunidade

28/06/2022

Continua repercutindo a audiência pública da Comissão de Turismo e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, da semana passada, pelo fato do comprometimento da captação de água do Rio Sete de Janeiro diante da suspeita de contaminação pelo despejo de produtos químicos no rio.

A audiência foi realizada na Câmara de Vereadores de Massaranduba, a pedido de lideranças da comunidade, que manifestaram preocupação com a qualidade da água consumida pelos moradores.

“O papel desse debate é mostrar para os órgãos de controle e para os responsáveis pela contaminação que estamos vigilantes quanto ao problema e queremos uma solução”, disse o presidente da Comissão de Turismo e Meio Ambiente, deputado Ivan Naatz.

O primeiro caso de suspeita de contaminação aconteceu em janeiro deste ano, quando operadores da estação de tratamento notaram características da água fora do padrão, como espuma, cor vermelha e mau cheiro. A situação se repetiu em abril. Amostras coletadas pela Empresa Brasileira de Saneamento (EBS), contratada pela prefeitura para a operação do sistema de abastecimento de água, apontaram a presença de substâncias em quantidade acima do nível permitido pela legislação.

“A partir da constatação da presença de produtos químicos prejudiciais para o consumo, iniciamos de imediato o processo de despoluição da água. Acontece que os nossos reagentes não estavam funcionando de forma eficiente no combate à contaminação, por isso optamos pela suspensão do abastecimento”, explicou Ari César Gonçalves Júnior, gerente operacional da EBS.

Empresa assume a culpa em uma ocorrência

De acordo com a secretária de Planejamento e Meio Ambiente de Massaranduba, Viviane Hafemann, a empresa Momento Engenharia, responsável pela gestão de um aterro sanitário na região, assumiu a responsabilidade pela contaminação ocorrida em abril. Sobre o caso de janeiro, a empresa não reconheceu a culpa, mas, segundo Viviane, os laudos da Prefeitura constatam que a contaminação é semelhante.

(Foto: Deputado Ivan Naatz)

“Nós fazemos o acompanhamento diário da situação do rio, com a ajuda da população que mora no entorno. São eles que percebem os primeiros sinais de contaminação e a nossa equipe vai pessoalmente ao local confirmar. A cada anormalidade, fazemos a coleta e encaminhamos para fazer as análises, para que não aconteça novamente na mesma proporção que aconteceu daquela outra vez”, afirmou a secretária.

Diretor do IMA diz que órgão não está omisso ao problema

O Rio Sete de Janeiro passa pelo terreno da moradora de Massaranduba, Patrícia Bevian. Ela diz que, desde que se mudou de Joinville para o município, em outubro de 2020, nunca viu a água do rio pura e límpida.

“Como mãe e moradora, não quero mais essa água dentro do meu terreno. Ela não dá nem para animal beber, quanto mais uma pessoa. A contaminação é diária, não é esporádica. Não é uma vez ou outra, é todos os dias”, contesta.

O munícipe Moacir Kasmirski reclama que os órgãos responsáveis aprovaram o licenciamento ambiental para a construção do aterro sanitário, sabendo dos riscos que poderia causar ao meio ambiente.

“Mesmo tendo conhecimento que a coleta da água para o abastecimento da população ficava embaixo do aterro, os órgãos concederam a licença”.

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e o Instituto do Meio Ambiente (IMA) abriram processos para investigar o caso. Conforme explicou o diretor de Engenharia e Qualidade Ambiental do IMA, Fábio Castagna da Silva, o órgão realizou, até agora, doze vistorias de fiscalização, emitiu seis notificações ambientais para regularização, melhorias e adequações de controle, além de três autos de infração ambiental destinados à Momento Engenharia.

(Foto: Deputado Ivan Naatz)

“Existem muitos indícios, isso é fato. E a própria empresa admitiu problema com o extravasamento de lagoas de estabilização por falhas operacionais. Mas, quero que saibam que os órgãos responsáveis não estão parados. Estamos adotando todas as medidas possíveis para tentar resolver o problema”, afirmou o diretor do IMA. (Com informações da Alesc)

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