Colunas

Coluna: A fome não pode esperar!

Você sabia que hoje é o Dia da Erradicação da Pobreza? A data surgiu a partir de uma iniciativa de Joseph Wresinski em 1987, em Paris, quando ele reuniu cerca de 100 mil pessoas em uma manifestação. Posteriormente, em 1992, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas decretou o…

17/10/2021

Você sabia que hoje é o Dia da Erradicação da Pobreza? A data surgiu a partir de uma iniciativa de Joseph Wresinski em 1987, em Paris, quando ele reuniu cerca de 100 mil pessoas em uma manifestação. Posteriormente, em 1992, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas decretou o 17 de outubro como o Dia Internacional da Erradicação da Pobreza, objetivando “conscientizar a sociedade e os governos de todo o mundo sobre o elevado número de pessoas que ainda estão vivendo na extrema pobreza, expostos à miséria, fome crônica e violência”.

O tema não poderia ser mais oportuno em 2021, quando em todo o planeta existe uma guerra em andamento para combater a pandemia contra a covid-19, o que afetou substancialmente a economia mundial, resultando no aumento descontrolado do desemprego, da miséria e da fome.

Segundo Relatório da ONU, a fome atingiu cerca de 811 milhões de pessoas em 2020 no mundo. Na África, 21% da população está passando fome, e na Ásia, 418 milhões estão subalimentados. A América Latina e o Caribe somam 60 milhões sem ter o que comer. A estimativa é que são 161 milhões a mais de pessoas com fome do que em 2019.

Falando especificamente do Brasil, estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que hoje existem cerca de 14,4 milhões de desempregados. Dados do Programa Mundial de Alimentos da ONU indicam que 84,9 milhões de brasileiros estão passando fome, ou em situação de insegurança alimentar, o que corresponde a 41% da população. Quando iríamos imaginar tantas pessoas desesperadas em busca de ossos descartados pelos açougues?

Aliás, você já passou fome em algum momento da vida? A pergunta pode ser incômoda para muita gente, tanto para os que já vivenciaram a falta de comida na mesa (e não querem reviver esse sofrimento), como para os que se isolam na “Ilha da Indiferença”, esbanjando ostentação, egoísmo e falta de empatia. Infelizmente, em um momento tão delicado como o que estamos vivendo, há quem se preocupe mais em investir e focar no turismo espacial do que se engajar em iniciativas de solidariedade planetária.

É importante ressaltar que solidariedade e voluntariado não tem nada a ver com a “caridade” indiferente e distante da esmola, que humilha o receptor, ao invés de o ajudar. Estender a mão é um gesto humanista.

Não por acaso, hoje a ONG Ação da Cidadania lança a “Campanha Natal Sem Fome 2021”, em homenagem a Betinho. A ideia é arrecadar mais de 6 mil toneladas de alimentos para atingir o universo de 2,5 milhões de pessoas em todo o Brasil. Cada R$ 1,00 doado corresponde a um prato de comida. A meta é arrecadar R$ 30 milhões e distribuir para 26 estados e o Distrito Federal. As doações podem ser feitas no natalsemfome.org.br. Bora lá contribuir? A fome não pode esperar!

Por

Sônia Pillon é jornalista e escritora, formada em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduada em Produção de Texto e Gramática pela Univille. Integra a AJEB Santa Catarina. Fundadora da ALBSC Jaraguá do Sul.

Notícias relacionadas

x