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Conhecer a História para não repetir os erros

O Plano Cohen foi uma suposta tentativa de tomada do poder por parte dos comunistas, em 1937. A falsidade do plano e sua real intenção era servir de justificativa para Getúlio Vargas instalar uma ditadura no Brasil.

04/08/2021

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Professor Pesquisador, Mestre em Educação, Especialista em Planejamento Educacional e Docência do Ensino Superior, Historiador e Pedagogo. Entusiasta da Educação

O que foi o Plano Cohen?

O Plano Cohen foi um documento obtido pelo governo de Getúlio Vargas, em setembro de 1937, em que os comunistas organizavam tomar o poder no Brasil. Esse suposto plano previa a mobilização de trabalhadores para aderirem a uma greve geral, incêndio de prédios públicos e até a eliminação física de autoridades que tentassem impedir a suposta revolta comunista. Segundo o governo, o plano teria sido elaborado pela Internacional Comunista.

Iludir o povo

A alta cúpula militar da época apresentou o Plano Cohen e, logo em seguida, o documento foi divulgado pela imprensa, gerando comoção em toda a sociedade. Vargas se utilizou disso para articular o cancelamento das eleições presidenciais em janeiro de 1938 e, dessa forma, continuar no governo.

Década de 1930

Foi marcada pelo acirramento ideológico entre nazifascistas e comunistas. Do debate de ideias, passou-se para o confronto físico e armado, iniciando-se na Europa e se espalhando para outros países, como o Brasil. Grupos se formaram inspirados nessas duas ideologias. Esse é o caso, no Brasil, da Aliança Nacional Libertadora (ANL), pelo lado comunista, e da Ação Integralista Brasileira (AIB), de inspiração fascista.

Ficar no poder a qualquer custo

Em 1937, o mandato presidencial de Vargas terminava, e se preparavam as eleições presidenciais. Os pretendentes ao cargo já se organizavam para fazer campanha eleitoral. Porém, Vargas, que chegou ao poder logo após a vitória da Revolução de 1930, demonstrava seu interesse em se manter na presidência, mas não tinha ainda justificativas para convencer a população da necessidade disso. Seu plano continuísta esbarrava na resistência de alguns governadores, como Flores da Cunha, do Rio Grande do Sul.

Golpe de 1937

O golpe de Estado liderado por Getúlio Vargas, em 10 de março de 1937, deu início à ditadura do Estado Novo. No mesmo dia do golpe, o Congresso foi fechado; os partidos políticos, extintos; e as liberdades individuais, suspensas. Além disso, a Constituição de 1934 foi anulada e outra Carta foi outorgada. A Constituição de 1937, escrita pelo jurista Francisco Campos, concedia a Vargas amplos poderes para governar o Brasil. Sem o Legislativo, o próprio presidente fazia as leis.

Revelação da farsa

Em 1945, a ditadura do Estado Novo perdia força e a censura não estava tão atuante. O general Góis Monteiro, aproveitando a crise da ditadura varguista e com oito anos de atraso, revelou que o Plano Cohen era uma farsa. Segundo ele, quem entregou o documento para o Estado Maior do Exército foi o capitão Olímpio Mourão, que era chefe do Serviço Secreto da Ação Integralista Brasileira. Mourão reconheceu a falsidade do plano e afirmou ser de uso restrito à AIB.

 

Consequências do Plano Cohen

As consequências do Plano Cohen estão ligadas ao golpe de Estado liderado por Getúlio Vargas, em 10 de novembro de 1937, que inaugurou a ditadura do Estado Novo. O documento, apesar da sua farsa, serviu de pretexto para Vargas conseguir o apoio da população ao seu projeto continuísta de poder, bem como a aliança com as Forças Armadas.

 

 

 

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