Herança e Honra: A festa da tradição na Sociedade Aliança

Em meio ao pulsar da vida moderna, as raízes culturais e tradicionais de uma comunidade continuam sendo seu alicerce. Essa herança, transmitida de geração em geração, serve como uma bússola, guiando-nos através das águas tumultuadas da mudança e recordando-nos do valor inestimável das tradições. O bairro de Rio Cerro II, com sua rica tapeçaria cultural, é testemunha desse legado vivo. 

No coração do bairro, a Sociedade Aliança, fundada em 1949, emerge não apenas como um símbolo de resistência cultural, mas também como um farol de celebração. “Herança e Honra: A Festa da Tradição em Sociedade Aliança” não é apenas um evento; é uma viagem pelo tempo, um abraço caloroso da história e uma celebração do espírito comunitário que se mantém firme diante das adversidades. 

No bairro de Rio Cerro II, está localizada a Sociedade Cultural, Esportiva e Recreativa Aliança. Conhecida popularmente como Sociedade Aliança, esta instituição, fundada em 1949, é herdeira do antigo Salão Roeder e tem desempenhado um papel crucial na promoção do patrimônio do colonizador europeu.

No dia 2 de setembro, sábado à tarde, houve uma celebração especial dedicada à tradição germânica — tanto pomerana quanto alemã — chamada schützenverein. Este evento honrou a corte das majestades proclamadas em 2022, culminando nas competições esportivas de tiro ao alvo realizadas na sede oficialmente designada para essa finalidade.

À frente da Sociedade Aliança está Waldino Hornburg, seu presidente atual. Entre seus membros de destaque encontra-se o rei João Vilmar Chuika. De origem ucraniana, João tem uma longa relação com a tradição germânica, incentivado por sua esposa Beatriz Roeder. Acompanhando-o na celebração, os cavalheiros que se destacaram em primeiro e segundo lugares foram, respectivamente, Maycon Kreutzfeld e Claus Schroeder. 

Durante o evento, Gerson Hornburg desempenhou o papel de comandante de marcha e orador, prestando homenagens a personalidades associativistas recentemente falecidas, como Udo Schroeder e Curt Hasse, ambos ex-integrantes da antiga Bandinha Lyra da Aurora, fundada em 1958.

Para os entusiastas da culinária regional, a equipe de Kátia Voelz (Völz) preparou o café colonial alinhado à tradição culinária dos colonizadores. Com uma variedade de pães especiais, como kochäse, brot hering e mit Knistern gefülltes Brot, além de bolos, cucas, rocamboles e outras iguarias, a culinária se harmonizou perfeitamente com a refrescante presença do chope.

A animação musical ficou por conta da Banda Joia, de Joinville, da família Nessler. A banda encantou a todos com seu repertório tradicional, destacando-se pelo uso do bandoneon. O instrumentista trouxe à vida peças musicais germânicas, como polcas, valsas e xotes, enquanto o grupo, como um todo, incorporou acordes que refletem o riquíssimo patrimônio musical brasileiro.

À medida que as notas finais da Banda Joia ecoavam e o último gole de chope era saboreado, refletimos sobre o impacto profundo e duradouro de “Herança e Honra”. O evento deste ano, como em todas as edições anteriores, não foi apenas uma celebração das tradições germânicas, mas também um reconhecimento da fusão cultural que torna nossa comunidade única.

A Sociedade Aliança tem sido mais do que um local de reunião. Ela se tornou o coração pulsante de Rio Cerro II, mantendo vivas as tradições e memórias que definem nossa identidade. A participação entusiástica de todos, desde os mais jovens até os mais velhos, é uma prova do amor e respeito pela rica herança cultural.

O rei João Vilmar Chuika e os cavalheiros de destaque, juntamente com todos os membros e participantes, trouxeram vida ao evento, garantindo que cada momento fosse repleto de autenticidade e paixão. As homenagens feitas, as competições de tiro ao alvo e o café colonial reforçaram a importância de preservar e valorizar nossas tradições.

Em “Herança e Honra”, não apenas lembramos de onde viemos, mas também sonhamos com o que ainda está por vir. Até o próximo ano, que nossa herança continue a florescer e que nosso orgulho seja eterno. (Ademir Pfiffer – Historiador e Youtuber, para o JDV)

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