Colunas

Coluna: “Nem nem” escancara desigualdades

Nem nem”  – O tema não é novo, mas é cada vez mais preocupante, à medida que um quarto dos brasileiros entre 15 e 29 anos não trabalham, nem estudam. Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que identificou 10,9 milhões de jovens nessa condição. E…

29/01/2024

Nem nem”  – O tema não é novo, mas é cada vez mais preocupante, à medida que um quarto dos brasileiros entre 15 e 29 anos não trabalham, nem estudam. Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que identificou 10,9 milhões de jovens nessa condição. E o que isso quer dizer? Significa que um em cada cinco jovens se enquadram nessa faixa etária, o que representa 22,3%.

 

Os fatores que conduzem à chamada de “Geração nem nem” estão relacionados à pobreza, raça, gênero e são considerados alarmantes. É uma triste realidade que escancara as desigualdades sociais encontradas no nosso país. São indivíduos que se mantêm excluídos do universo laboral e dos estudos. Consequentemente, esses jovens se ressentem por se sentirem sem perspectiva real de crescimento e realização profissional.

 

 

As pessoas identificadas como integrantes da geração que não estuda, nem trabalha, apresentam características bem definidas: enfrentam dificuldades para ingressarem e se manterem no mercado de trabalho; não conseguem seguir estudando; são financeiramente dependentes; moram com familiares; ou eventualmente receberam uma educação precária, que não atende as exigências de empregabilidade.

“Nem nem” escancara desigualdades

 

 

Especialistas da área econômica estimam que se esses jovens estivessem inseridos no mercado de trabalho, o PIB (Produto Interno Bruto) de 2022 teria alcançado R$ 46,3 bilhões. Portanto, estamos falando de um potencial desperdiçado, justamente na época da vida mais propícia para a alta produtividade e desenvolvimento de carreiras.

 

 

No ranking de países com percentual “nem nem”, o Brasil se encontra na segunda posição, com 38,9%. Em primeiro vem a África do Sul, com 46,2%. Os Estados Unidos estão no 14º lugar, com 17%.

 

 

Mas o que seria necessário ser feito para mudar essa situação desoladora no Brasil? Quais as ações necessárias para mudar esse quadro? Sem dúvida, mais investimentos em Educação de qualidade, na formação profissional e técnica, com a ampliação de opções gratuitas para os estudantes, como os cursos semipresenciais. Sem esquecer da infraestrutura e recursos tecnológicos aos estabelecimentos de ensino.

 

Injetar mais recursos ao empreendedorismo e inovação, assim como o o fortalecimento de políticas públicas de inclusão social e emprego também se somam às medidas urgentes a serem implementadas.

 

 

As empresas igualmente podem (e devem!) se engajar nesse processo, ofertando mais programas de treinamento e desenvolvimento e facilitando o ingresso de novos profissionais. Outra iniciativa que seria muito bem-vinda: abrir as portas para recém-formados e pessoas sem experiência.

E nunca é demais lembrar que nem sempre cursar uma faculdade é sinônimo de sucesso profissional. Além de identificar potencialidades, é preciso pesquisar quais os cursos em alta no mercado, os que não vale mais a pena cursar e ainda os que estão em processo de extinção. Outra dica importante é que muitos cursos técnicos e de formação de tecnólogos propiciam remuneração equivalente, ou até maior, do que uma faculdade.

 

 

Sem dúvida, o caminho para que a Economia brasileira se fortaleça passa por uma Educação de qualidade, que acompanhe os avanços tecnológicos e alinhada com as expectativas dos empregadores. Só assim os nossos jovens terão muito mais oportunidades para estudar, trabalhar, prosperar e, como diziam os antigos “subir na vida”. Para que a desmotivação do jovem que hoje é apontado como “nem nem” seja substituída pelo entusiasmo pela abertura de mais oportunidades.

 

 

Agora tem o outro lado também, que passa pelas escolhas individuais que merecem reflexão. Se mesmo após todas essas iniciativas serem implementadas, ainda assim tivermos aqueles que preferem manter a condição de “nem nem”, bem… aí será uma decisão pessoal, e não mais uma condição limitante para se manter em sala de aula, ou trabalhando.

 

 

E você, leitor, conhece alguém que se encontra na condição de “nem nem”?

 

 

Leia também Verão 2024: Tendências de cores para suas unhas!

 

Quer saber das notícias de Jaraguá do Sul e Região primeiro? Participe do nosso grupo de WhatsApp ou Telegram!

Siga nosso canal no youtube também @JDVonline

 

 

Por

Sônia Pillon é jornalista e escritora, formada em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduada em Produção de Texto e Gramática pela Univille. Integra a AJEB Santa Catarina. Fundadora da ALBSC Jaraguá do Sul.

Notícias relacionadas

x