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Ponte Abdon Batista: a primeira
Já imaginou como seria Jaraguá do Sul sem a Ponte Abdon Batista a conectar os bairros Vila Baependi/Czerniewicz ao Centro?
24/07/2023
É inimaginável, não é? Principalmente quando lembramos dos engarrafamentos intermináveis que observamos por ali, aos finais de tarde, sempre a partir das 17h30.
A Ponte Abdon Batista como conhecemos hoje, ligando a Avenida Waldemar Grubba à Rua Floriano Peixoto, foi inaugurada em 13 de março de 1965. Mas a história dela começa muito antes, em 1909, quando os pioneiros construíram uma pequena travessia para acessar mais facilmente a outra margem do Rio Itapocu.
De mãos cruzadas e terno claro, o governador Celso Ramos, depois o Prefeito Roland Dornbusch. Entre os dois, Abílio Soares, funcionário do IBGE. Segurando o menino e também de terno claro, Mário Tavares da Cunha Melo, na época deputado estadual, filho do Desembargador Tavares Sobrinho.
Chamada “ponte baixa”, a ponte Abdon Batista foi uma das primeiras construídas no município. Ficava cerca de um metro acima das águas e, adivinhem, durou pouco. Foi levada pela enchente de 1911. Dois longos anos se passaram até que a população — de quase 8 mil habitantes — tivesse uma nova travessia. O que aconteceu em 1913, graças a um acaso e à astúcia do então deputado estadual Abdon Batista.
A estrutura utilizada na construção saiu da Inglaterra com destino à África do Sul. Mas, em 1912, quis o destino que o navio aportasse em Florianópolis, onde a ponte acabou descarregada por engano. Abdon Batista viu uma oportunidade no equívoco, e atendeu à demanda da população da Colônia Jaraguá, que desde 1911 voltara a utilizar balsas para atravessar o perigoso Rio Itapocu — com quase três mil quilômetros de bacia hidrográfica.
A antiga ponte metálica com cobertura de zinco entrou em desuso e acabou desmanchada. Dela, remanesce em meio ao Rio Itapocu um dos pilares de sustentação, construído em pedras sobrepostas por trabalhadores como Olívio Domingos Brugnago, avô do diretor e editor do Jornal do Vale do Itapocu, Flávio Brugnago.
A “nova” ponte foi então construída entre as Ruas Hugo Braun e Max Wilhelm. Possuía estrutura de ferro e piso de madeira. Em 1925, recebeu cobertura em zinco, após investimento aprovado pela Superintendência de Joinville. Foi utilizada por mais de 50 anos, até 1965, quando foi inaugurada a ponte que hoje conhecemos.
A Colônia Jaraguá foi fundada em 25 de julho de 1876, por Emílio Carlos Jourdan. Foi 2º Distrito de Joinville por 37 anos, de 1895 a 1896, e de 1897 a 1934. Na década de 1930, o movimento pró-emancipação se formou, ganhou força, e Jaraguá do Sul foi desmembrada de Joinville por meio do Decreto Estadual nº 565, de 26 de março de 1934, do Interventor Federal Aristiliano Ramos. O Intendente José Bauer foi nomeado prefeito. A solenidade de instalação do município ocorreu dia 8 de abril de 1934, com participação das autoridades e comunidade local.
Entre 1900 e 1934, nasceram em Jaraguá do Sul grandes indústrias dos segmentos metalmecânico, têxtil e de alimentos. Malwee (1906), Curtume Schmidt (1917), Marcatto Chapéus (1923), Chocoleite (1923), Ótica Hertel (1924), Duas Rodas (1925), Comércio Breithaupt (1926) e Comércio Meier/Jaraguá Truck (1932). A velha ponte metálica foi se tornando pequena para a Jaraguá do Sul que, pouco a pouco, agigantava-se a partir da expansão industrial. Logo, fez-se necessária a construção de uma ponte nova, maior, capaz de suportar e dar vazão ao crescimento que se projetava para o município.
As obras da nova ponte, de concreto, com cerca de 80 metros, começaram em 1961, por meio de convênio entre o município e o governo do Estado. Foram realizadas pela construtora Marna, de Pinhais (PR), e inauguradas em março de 1965, pelo prefeito Roland Harold Dornbusch, em cerimônia repleta de autoridades locais, da região e do estado, além de representantes da comunidade.
Quem foi Abdon Batista?
Natural de Salvador (BA), nasceu em 30 de julho de 1851. Formou-se Médico no estado onde nasceu, onde também clinicou nos primeiros anos de Medicina até decidir mudar para Santa Catarina, em 1880. Casou-se em 1884, com Thereza Augusta Nóbrega de Oliveira, filha do ervateiro Coronel José Antônio Oliveira. Ingressou na política, por influência do sogro, pelo Partido Liberal e, para propagar as ideias do partido, criou e editou o jornal “O Democrata”, em São Francisco do Sul. Fixou residência em Joinville em 1888. De lá, atendia toda gente das colônias de Hansa-Humboldt (Corupá), Jaraguá, Bananal (Guaramirim), Massaranduba e região do Rio Itapocu. Sempre demonstrou especial apreço pela Colônia Jaraguá. Na vida pública, ocupou todos os cargos de natureza eletiva: Juiz de Paz, Vereador, Presidente da Câmara Municipal, Superintendente Municipal (Prefeito), Deputado Provincial e Estadual, Presidente da Assembleia Legislativa, Vice-presidente da Província (equivalente a vice-governador), tendo ocupado o cargo de governador por vários meses, deputado federal por três mandatos e senador da República. Faleceu em 15 de março de 1922.
Confira a história de algumas pontes que fazem Jaraguá do Sul ser o que é:
Ponte Abdon Batista: A primeira
Futura ponte da Contemplação –
Do pilar sobrevivente a Ponte de Contemplação Eggon João da Silva
Ponte da Procópio – Tavares Sobrinho
Ponte Walter Breithaupt – “A ponte Rosa”
Ponte do Curtume (Ottíllia Schmitt)
Ponte Alberto Bauer e Ponte da Menegotti
Ponte do Trabalhador – Antônio Ribeiro e Ponte da Apae – Marly Freihsler Baumer
Pontes que ligam as regiões centrais da cidade
Ponte Desembargador Mario Rau e Ponte Mário Cammillo Demarchi
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