Jaraguá do Sul

Restrições federais já trazem muitos prejuízos à prática do tiro esportivo

O presidente do Clube de Tiro lamentou as dificuldades enfrentadas pelo setor nos últimos meses

10/10/2023

O presidente do Clube de Tiro Jaraguá, Alessandro Federici, esteve na sessão da Câmara Municipal de Jaraguá do Sul na quinta-feira (5) para abordar as questões que envolvem as atividades da entidade e as dificuldades enfrentadas pelos praticantes de tiro em decorrência das recentes restrições legais impostas pelo Governo Federal.

 

Federici destacou que a preocupação não se trata apenas de armas, mas sim da liberdade. Ele enfatizou a importância do esporte, recordando que o tiro foi responsável pela primeira medalha de ouro do Brasil nas Olimpíadas, em 1920, na Bélgica, com Guilherme Paraense.

 

O presidente do Clube de Tiro lamentou as dificuldades enfrentadas pelo setor nos últimos meses, especialmente devido aos decretos do Governo Federal desde janeiro. Alessandro apontou para a ausência de regulamentação nos últimos 10 meses, o que prejudicou significativamente o segmento que, historicamente, emprega 2,9 milhões de pessoas direta e indiretamente, contribuindo com 4,7% do PIB nacional.

 

“Estamos há 10 meses sem regulamentação do Governo Federal. A situação chegou a um ponto crítico, levando à falência de muitos empreendimentos e à perda de empregos”, destacou Federici.

 

Ele ressaltou que o último decreto, emitido em 21 de julho, deveria ser regulamentado pelo Exército em 60 dias. No entanto, até o momento, essa regulamentação não ocorreu, resultando em incertezas e prejuízos para o setor. Alessandro explicou que o segmento não está buscando uma abordagem ideológica ou política, mas sim, uma solução para a crise que afeta a indústria do tiro no Brasil.

 

 Ele alertou para os impactos negativos não apenas na economia, mas também na segurança, já que o setor contribui com mais de 70% em impostos sobre armas e munições.

 

divulgação

 

Argumento de aumento da violência é refutado por Clube de Tiro

 

O presidente do Clube de Tiro de Jaraguá do Sul também refutou o argumento de que o aumento no número de armas resultaria em mais violência. Ele apresentou dados que indicam uma redução nos índices de criminalidade ao permitir que a sociedade tenha mais acesso a armamento, questionando a correlação direta entre armas e violência. Além disso, Alessandro levantou preocupações sobre o último projeto de lei aprovado, que estabelece um raio de 1 km entre clubes de tiro e instituições de ensino. 

 

Ele argumentou que essa medida, apesar de visar à segurança, impactará negativamente os clubes de tiro, inclusive o novo stand de tiro da Schützenfest, investimento de 4 milhões de reais que poderá fechar devido à proximidade de escolas.

 

O presidente do Clube de Tiro Jaraguá concluiu seu discurso pedindo a conscientização dos legisladores para a importância de não permitir que a crise no setor se agrave. Ele instou os deputados estaduais, federais e senadores a agirem em prol da regulamentação adequada e da preservação de um segmento que, além de movimentar a economia, é fundamental para a liberdade dos cidadãos.

 

Projeto municipal trará segurança jurídica para clubes de tiro desportivo

 

Na sessão de quinta-feira (5) a Câmara Municipal aprovou um projeto de lei de autoria de Anderson Kassner, Luís Fernando Almeida e Ronnie Leonel Lux, que trata sobre o horário de funcionamento das atividades econômicas no município e traz mudanças significativas para diversos setores. O texto da matéria estabelece que todas as atividades econômicas no âmbito do município terão autonomia para determinar seus próprios horários de funcionamento, atendimento e produção, além de outras medidas que beneficiam as entidades. 

 

O funcionamento em domingos e feriados será facultativo, desde que estejam em conformidade com as normas da legislação federal vigente. A justificativa apresentada pelos autores destaca que essa mudança visa proporcionar maior segurança jurídica aos clubes de  tiro esportivo de Jaraguá do Sul, reconhecendo a importância de suas atividades econômicas para a cidade e para a sociedade em geral. 

 

Argumentam que a flexibilidade nos horários é crucial para o pleno desempenho de suas funções, sem as amarras de restrições que poderiam prejudicar as atividades desportivas e culturais.

 

 

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Por

Estudante da 5ª fase de Design, curiosa por natureza e apaixonada pelo que faz.

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