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Após 800 anos, ‘Estrela de Natal’ volta a aparecer em dezembro

Vai valer a pena dar uma esticada na noite do próximo domingo, 13 de dezembro: na madrugada para o dia 14, será possível observar em todo o Brasil uma densa chuva de meteoros geminídeas – segundo os astrônomos, uma das melhores deste ano de 2020.

10/12/2020

Um verdadeiro “Milagre de Natal”. Aquela que é considerada a “Estrela de Belém” vai ser vista nos céus 800 anos depois. Os planetas Júpiter e Saturno, geralmente separados no céu noturno, vão estar tão próximos um do outro no final deste mês. O fenômeno, que cria uma espécie de “planeta duplo”, não era visível desde março de 1226, ou seja, desde a Idade Média.

De acordo com o Washington Post, os dois planetas aproximaram-se novamente em 1623, mas o episódio não foi visível da Terra devido ao brilho do sol.

O fenômeno, conhecido como “conjunção”, ocorre quando há o alinhamento de dois objetos celestes. Neste caso, o evento é designado de “grande conjunção”, uma vez que envolve os dois maiores planetas (conhecidos) da nossa galáxia.

Os corpos celestes estarão separados por menos de um terço da largura da lua já no próximo dia 21 de dezembro, mas continuarão, na verdade, separados por 450 milhões de milhas no espaço.

Os dois planetas ficam alinhados uma vez a cada duas décadas, uma vez que Júpiter leva aproximadamente 12 anos a dar uma volta ao Sol contra os 30 anos de Saturno.

A conjunção de Júpiter e Saturno é também conhecida como “Estrela de Belém”. A conclusão foi do astrónomo alemão Johannes Kepler, no ano de 1614. Há ainda teorias que sugerem que a estrela que “guiou” os Três Reis Magos resulte de uma conjunção tripla de Júpiter, Saturno e Vênus.

A grande conjunção “vai ser visível a olho nu”, sem que sejam necessários instrumentos sofisticados. De acordo com projeções a próxima conjunção será visível em 2080.

Dezembro é mês de vários eventos astronômicos raros

Vai valer a pena dar uma esticada na noite do próximo domingo, 13 de dezembro: na madrugada para o dia 14, será possível observar em todo o Brasil uma densa chuva de meteoros geminídeas – segundo os astrônomos, uma das melhores deste ano de 2020.

Poucas horas depois, após o meio-dia de 14 de dezembro, para quem está na Região Sul, será possível acompanhar um eclipse parcial do sol: ele ficará parcialmente encoberto pela lua durante quase duas horas.

Já no dia 21 de dezembro ocorrerá o ápice da conjunção entre os dois maiores planetas do sistema solar: Júpiter e Saturno, já visíveis a oeste desde o início de dezembro, estarão em seu ponto máximo de aproximação relativa.

No próximo dia 21, a proximidade fará com que eles pareçam muito mais próximos um do outro e extremamente brilhantes. Desde 1623 os dois astros não ficavam a uma distância tão pequena.

O doutor em Física, Marcelo Girardi Schappo, professor do campus São José do IFSC, explica que a conjunção Júpiter-Saturno só ocorre uma vez a cada 20 anos, mas, este ano, eles atingirão uma proximidade que não ocorre há 397 anos.

“Essa conjunção pode ser percebida facilmente a olho nu, mas quem tiver binóculos ou telescópios poderá ainda perceber alguns detalhes dos astros, como algumas luas ao redor deles e, eventualmente, os anéis de Saturno. Vale a pena acompanhar o fenômeno ao longo do mês, pois ele ocorre apenas a cada 20 anos. A próxima oportunidade será apenas em outubro de 2040”, explica Schappo.

 

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