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Entenda porque não é divulgado bairros com pacientes confirmados com coronavírus em Jaraguá do Sul

Diferente de algumas cidades do estado, Jaraguá do Sul não divulga lista de lugares com mais casos registrados

13/05/2020

A equipe a Secretaria de Saúde explica algumas questões ainda muito frequentes sobre o Coronavírus. Na última terça-feira (13), em coletiva de imprensa  a presidente do Comitê Extraordinário de Combate ao Coronavírus, Emanuela Wolff, disse que há um limite ético sobre o que pode ser divulgado dos casos confirmados. “Nossos boletins não informam quais as comorbidades das vítimas ou em qual bairro ela mora. São informações particulares que, se divulgadas, não contribuem”, ponderou. 

Na ocasião, o presidente da Comissão Médica de Jaraguá do Sul, Rodrigo Ferreira de Souza, disse que casos divulgados oficialmente são transparentes e pediu mais cuidado com a valorização de dados que não agregam e são, muitas vezes, equivocados. “O excesso de informações, muitas delas inverídicas, nos tiram a capacidade de reflexão sobre o que realmente é importante. Mais importante que divulgar informações sobre comorbidades, que envolvem problemas de diabetes, de coração, de pulmão ou de grupos de risco, é necessário estimulá-las à continuidade do tratamento”, disse.

Questões desta natureza chegam com frequência ao Comitê, profissionais da Saúde e aos canais de comunicação da Prefeitura, como facebook, o que, de certa forma, tira o foco do trabalho a ser desenvolvido. Então, se faz necessária uma explicação detalhada. Para responder às questões, segue a gerente de Vigilância Epidemiológica, Fabiane da Silva Ananias.

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Antes disso, vale o registro do Secretário de Saúde, Alceu Moretti, que falou sobre o aumento considerável dos casos oficiais na cidade (41 confirmados na segunda-feira, 52 ontem e 57 hoje). Segundo ele, o maior volume de pessoas circulando no comércio e a oferta de testes elevarão os casos.

“Mais pessoas estão sendo testadas, o que faz com os números aumentem”. O secretário disse que a situação está sob controle, mas reforçou os cuidados necessários para evitar a contaminação, referindo-se ao isolamento social, distanciamento seguro, lavagem das mãos com frequência e uso de álcool gel.

Ainda sobre a questão do aumento dos casos neste início de semana a gerente de Vigilância Epidemiológica, Fabiane da Silva Ananias, disse que os números se justificam pelo recebimento de testes rápidos para a testagem em idosos que vivem em lares e nos profissionais que lá trabalham.

“Como houve um aumento de pessoas testadas, aumentaram os números do nosso boletim diário”. São, de acordo com Fabiane, pessoas assintomáticas que ficarão em isolamento. Os assintomáticos podem infectar outras pessoas com comorbidades e integrantes de grupos de risco, levando-as à hospitalização, por isso, distanciamento e testagem são importantes. O setor espera por uma elevação ainda maior de casos. “É natural que isso ocorra na medida em que chegarem os testes comprados pelo município ou quando recebermos mais do Estado”, explica.

Perguntas que devem ser evitadas porque pouco contribuem

Por que a divulgação do boletim diário de casos não segue uma divisão por bairros?
Fabiane – Os boletins são elaborados com a intenção de preservar ao máximo as pessoas que descobrem o diagnóstico.

Por que não se divulga a comorbidade dos casos positivados?
Fabiane – Esta informação, apesar de fazer parte da estatística, não é divulgada porque não tem interferência no cuidado necessário com as pessoas. Saber de que bairro é ou que comorbidade possui a pessoa contaminada não altera a conduta com os cuidados sobre o distanciamento necessário, manutenção do isolamento, ficar em casa o máximo possível, utilizar máscara e fazer a higiene das mãos. Por isso, os dados encaminhados pela Vigilância Epidemiológica sobre os casos são gerais.

Por que há diferença entre os números do município e do Estado?
Fabiane – Há um delay, um distanciamento das informações que chegam diretamente para o setor de Epidemiologia de Jaraguá do Sul e ao Estado. Tudo é informado via-sistema. Às vezes, acaba ocorrendo alguma inconsistência no processamento e esses resultados chegam depois. O boletim municipal diário, por exemplo, é divulgado em torno das 11 horas e muitas coisas podem mudar no período vespertino. Então, informações sobre algum caso novo acabam chegando para a população por meio de redes sociais e familiares, mas nunca há uma intenção por parte do município de omitir qualquer dado. O que ocorre é que, às vezes, uma nova situação ocorrida depois do fechamento do boletim diário será informada na data seguinte. Procuramos manter as informações com coerência, informando toda a população. É importante saber dos números, se estão aumentando ou não, mas, mais importante do que isso, é a manutenção dos cuidados. Não precisamos estar assustados para tomar os devidos cuidados, que devem ocorrer diariamente e de uma maneira efetiva.

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