Tecelão, o pássaro engenheiro que constrói longos ninhos
Você conhece o pássaro tecelão, também chamado de soldadinho, sargentinho, nhapim, japim e melro
15/01/2022
Você conhece o pássaro tecelão, também chamado de soldadinho, sargentinho, nhapim, japim e melro? Ele tece o ninho em forma de bolsa com precisão de engenheiro. Tem uma incrível habilidade de fazer abrigo com fibras vegetais – ervas e pequenos ramos – extraídos da natureza e o casal se reveza no cuidado com a prole.
O pássaro faz longos ninhos que ficam dependurados em árvores e balança ao sabor do vento. Não é comum encontrá-los.
Em Massaranduba, no Sete de Janeiro, tem uma colônia de tecelões, mais de duas dezenas ninhos em uma única árvore, formando um curioso contraste com os ramos e as folhas.
Os longos ninhos parecem uma bolsa. São feitos para proteger os filhotes e evitar a presença de predadores para devorar seus preciosos ovos. Há muitas curiosidades no comportamento desta espécie, além do ninho diferenciado. Macho e fêmea se dedicam juntos aos cuidados com os filhotes.
Quando um sai de cena, o outro logo chega para assumir o posto. Outro detalhe é que fazem faxina no ninho, tendo muito cuidado com a higiene do ambiente onde criam sua prole.
O tecelão é um pássaro de pequeno porte. Recebe o nome pela forma como constrói seu ninho, que é tecido com fibras vegetais finas com forma de fios que a ave vai entrelaçando dando nós. No final tem a forma de uma bolsa tipo tiracolo, de aproximadamente 65 centímetros de comprimento, onde são chocados três ovos.
Única árvore acolhe dezenas de ninhos no alto da copa
É raro encontrar uma colônia dessa espécie à beira da rua, como no Sete de Janeiro, em Massaranduba, um espetáculo curioso que mostra a diversidade do reino animal e de como cada espécie protege a maternidade. O joão-de-barro é outro exemplo de ninho bem elaborado, ao contrário do quero-quero que faz a postura sem qualquer proteção, mas tem uma vigilância incrível.
Outra curiosidade do tecelão, ou nhapim, é que ele imita o canto de outras aves com perfeição. Cristiano Voitina, biólogo, ornitólogo, ambientalista e apaixonado por aves, nascido em Brusque, em oito anos de pesquisa, realizou incursões exploratórias por diferentes regiões de Santa Catarina.
Registrou mais de 600 espécies aladas, observou o comportamento delas, suas peculiaridades, e também as condições ambientais de seus habitats. O trabalho de observação dos pássaros resultou em um livro – Aves Catarinenses – com 502 espécies catalogadas. O tecelão está presente.
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