Sônia Pillon é jornalista e escritora, formada em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduada em Produção de Texto e Gramática pela Univille. Integra a AJEB Santa Catarina. Fundadora da ALBSC Jaraguá do Sul.
Coluna: #somostodosschützenfest
São tantas as evidências que é impossível não reconhecer a importância cultural do tiro desportivo no cenário catarinense e nacional.
01/05/2022
A noite estava estrelada e uma leve brisa convidativa me conduziu ao Parque Municipal de Eventos. Sessão nostalgia: Em uma das tantas noites de abertura da Schützenfest… O “pavilhão A” estava lotado para assistir a solenidade que marcou a arrancada da Festa dos Atiradores. Como sempre, as sociedades de tiro esportivo da região estavam prestes a desfilar seus esmerados trajes típicos germânicos, herança cultural trazida pelos colonizadores. E pensar que desde 1989 esses descendentes resgatam uma tradição nascida no século XIV, no noroeste da Alemanha!
Como sempre ocorre desde a primeira edição em Jaraguá do Sul, em 1989, a banda alemã ocupava o palco e tocava as canções folclóricas. A expectativa para receber as majestades do tiro aumentava a cada minuto, assim como a “sangria do barril” de chope pelo chefe do executivo municipal.
Por tudo isso, a alegria pelo início da festividade estava estampada nos sorrisos e nos olhos da plateia. Afinal, era o momento ideal para reencontrar amigos e conhecidos, colocar o papo em dia e tomar aquele chope gelado, tão apreciado.
E finalmente chegou a hora das sociedades se dirigirem uma a uma, solenes, ao centro da pista. Era bonito de ver as várias gerações que ostentavam com orgulho suas medalhas, conquistadas nas competições internas das sociedades.
Começa o evento propriamente dito, seguindo o ritual característico que marca a abertura da Festa dos Atiradores. Em seguida a banda tomou as rédeas da festa e o salão foi tomado pelos festeiros. Já pensou em quantas histórias teríamos para contar desde a primeira Schützenfest?
São muitas as festas de Santa Catarina que costumam atrair turistas de todos os cantos do país. Entretanto, nenhuma festividade é como a Schützenfest de Jaraguá do Sul, que há três décadas se mantém viva pelo esforço e dedicação das sociedades de tiro, assim como pelo apoio encontrado junto às comunidades da região. É uma festividade ímpar, inigualável. Outro fator importantíssimo para o sucesso dessa festa que é a queridinha dos jaraguaenses é ter se renovado sempre que o momento exigiu.
Ontem tivemos a Schützenplatz (Schützen na Praça) na Praça Angelo Piazera e mais uma vez a população pôde prestigiar o brilho da presença dos atiradores desportivos, com a Marcha do Rei e Rainha, muita música e dança. Foi uma espécie de “esquenta” para a 32ª Schützenfest, que acontecerá de 10 a 20 de novembro, na retomada pós-pandemia, após dois anos de recesso.
Com todas essas evidências, é impossível alguém não reconhecer a importância cultural da Schützenfest no cenário catarinense e nacional. Retratação pública? É o mínimo que a comunidade de Jaraguá do Sul e Santa Catarina esperavam do ex-deputado federal Jean Wyllys, depois dele comparar a milenar festividade típica alemã ao nazismo, não é mesmo?!
#somostodosschützenfest!