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Mês da Mulher: Queremos muito mais do que flores!

No Mês da Mulher, somos convidadas a refletir sobre as batalhas empreendidas e vencidas, e as que enfrentamos no dia a dia.

10/03/2024

Na última sexta-feira tivemos o Dia Internacional da Mulher, quando as floriculturas inegavelmente alcançaram um incremento considerável nas vendas. Mensagens carinhosas, flores, bombons… Para as que apreciam, como eu, maravilha! Porém, é impossível fechar os olhos para as lutas em curso, por mais respeito, segurança e igualdade. Acima de tudo, nós, mulheres, não podemos perder essa visibilidade propiciada pelo 8 de março, para sermos ouvidas.

 

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Sim, é preciso chamar a atenção para as inúmeras batalhas que empreendemos, com manifestações, conferências e reflexões sobre o papel feminino na sociedade. Não podemos enterrar a cabeça na areia para não enxergar que as mulheres ainda são vítimas de feminicídios, estupros, violência doméstica e discriminações de gênero. E nunca é demais lembrar que, para mudar esse quadro, é preciso começar com a maneira como criamos os meninos, de modo que não perpetuem o machismo.

 

Muitos desconhecem a origem do Dia Internacional da Mulher, que não é nada festivo. Pelo contrário, é ligado aos protestos femininos ocorridos no mês de março, ainda no início do século 20.

 

 

 

 

A História registra o episódio mais impactante: o incêndio que vitimou 146 operárias da fábrica têxtil Triangle Shirtwaist, em Nova York, em 25 de março de 1911, quando conduziam uma greve reivindicando melhores salários, redução da jornada de trabalho e reconhecimento de direitos. Foi a arrancada da mobilização feminina por justiça no Ocidente. A repercussão da trágica morte das operárias escancarou as jornadas laborais exaustivas e a urgência em promover mudanças na atuação das mulheres no mercado de trabalho.

 

E em 8 de março de 1917, dessa vez na Rússia, milhares de mulheres se reuniram no protesto conhecido como “Pão e Paz”, por melhores condições de trabalho e de vida, contra a fome e a Primeira Guerra Mundial, (1914-1918). Foi sem dúvida um marco na luta pelos direitos das mulheres.

 

Décadas se passaram até que fosse instituída uma data em homenagem à luta e às conquistas das mulheres no mundo. Foi somente em 1975 que a ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu oficialmente o 8 de março como o “Dia Internacional da Mulher”.

De lá para cá, pelo menos no Ocidente, já podemos dizer que ampliamos os espaços no meio acadêmico e no mercado de trabalho, apesar de ainda existirem diferenças salariais e uma certa resistência em determinados setores da iniciativa privada. As mulheres trabalham, em média, 2,3 horas a mais que os homens por semana, incluindo os afazeres domésticos e cuidados com pessoas. Mesmo com um nível educacional mais alto, ganham em média 78,9 por cento do rendimento dos homens, segundo o estudo Estatísticas de Gênero, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Sigamos em frente!

 

No esporte, por exemplo, já não existem restrições para a participação das mulheres e a remuneração das atletas também está em processo de equiparação em diversas modalidades, como o futebol. Vale destacar que pela primeira vez as mulheres terão direito a 50 por cento de participação nas Olimpíadas de Paris, o que representa a quebra de um recorde na luta por igualdade. Não podemos esquecer que há exatos 100 anos, nas Olímpiadas de 1924, a capital dos franceses registrou somente 135 mulheres entre os 3.089 atletas participantes!… Pois é, a caminhada não tem sido fácil até aqui, mas não deve, de maneira alguma, servir de intimidação.

 

Quando pensamos na dura realidade das mulheres muçulmanas, e no drama das palestinas, especialmente na Faixa de Gaza, temos a dimensão de que a caminhada pela igualdade de direitos ainda está longe de ser alcançada.

 

No Mês da Mulher, somos convidadas a refletir sobre as batalhas empreendidas e vencidas, e as que enfrentamos no dia a dia. E apesar da longa jornada a ser trilhada, temos sim, motivos para comemorar! Esse é o momento de agradecer a coragem e o sacrifício das guerreiras que nos antecederam, porque foram elas que abriram caminhos aos direitos que usufruímos hoje. Lembre-se: Nada nos foi dado de bandeja!

 

 

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Por

Sônia Pillon é jornalista e escritora, formada em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduada em Produção de Texto e Gramática pela Univille. Integra a AJEB Santa Catarina. Fundadora da ALBSC Jaraguá do Sul.

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