Segurança

Um ano após ataque a escola infantil de Saudades, processo aguarda decisão sobre sanidade mental do réu

O crime aconteceu na manhã do dia 4 de maio de 2021 e resultou na morte de cinco pessoas, sendo três crianças e duas funcionárias da escola

04/05/2022

O processo criminal que busca julgar Fabiano Kipper Mai, o acusado de matar cinco pessoas em uma escola infantil em Saudades, no Oeste catarinense, está temporariamente suspenso na Justiça. 

O caso completa um ano nesta quarta-feira (4) e a ação, para voltar a tramitar, aguarda o julgamento de um recurso apresentado pela defesa do acusado de invadir a escola Pró-Aquarela com facão. A discussão envolve a sanidade mental do réu e não há prazo para decisão. 

Desde que Mai foi acusado pelo crime que resultou na morte de três crianças e duas professoras, três laudos foram feitos e dão parecer distinto sobre a saúde mental do rapaz. 

Conforme o advogado do jovem, que tinha 18 anos na época do crime, um júri popular não tem condições de discorrer sobre questões técnicas e que a sanidade do réu deve ser “esclarecida em uma nova perícia”.

O caso, que segue em sigilo, está no Fórum da Comarca de Pinhalzinho, cidade ao lado de Saudades. 

O crime aconteceu na manhã do dia 4 de maio de 2021. Além das cinco pessoas mortas, uma quarta criança ficou ferida, mas sobreviveu

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) denunciou Mai por cinco homicídios qualificados. Ele respondeu por 14 tentativas de homicídio, contra outros funcionários e crianças que estavam no local no dia do crime. 

Laudos 

O primeiro laudo sobre a saúde mental do garoto foi feito a pedido do MPSC e divulgado em setembro de 2021. A perícia médica oficial indicou que ele tinha “plena capacidade de entender o caráter criminoso do fato“. O documento também atestou que, atualmente, o réu sofre de distúrbio, mas que isso não o comprometeu no dia do crime. 

Contudo, outros dois exames foram juntados no processo e possuem conclusões diferentes. 

O segundo laudo, feito a pedido da defesa, diagnosticou Mai com “esquizofrenia paranoide em comorbidade com dependência de jogo pela internet”. Isso, segundo o laudo do advogado do réu, afetaria a capacidade do acusado no momento do crime.

Um terceiro laudo, feito pelo Instituto Geral de Perícias (IGP), concluiu que o acusado possui transtorno psicótico denominado “esquizofrenia do tipo indiferenciada”. No entanto, ele era imputável à época dos fatos. Isso significa que os sintomas da doença previamente ao ato delituoso não afetaram sua capacidade de entendimento e determinação à época dos fatos.

Em fevereiro, o juiz responsável pelo caso informou que a discussão sobre a sanidade do homem seria julgada pelo Tribunal do Júri. No entanto, a defesa apresentou um recurso, que foi acatado pelo Tribunal de Justiça do estado.

Planejamento do crime 

Mai foi preso dentro da escola após o ataque. Durante a investigação, a Polícia Civil descobriu que inicialmente, ele tinha a intenção de matar pessoas de seu convívio familiar, mas como não conseguiu uma arma de fogo, escolheu a escola infantil pela “fragilidade das vítimas”. 

De acordo com o MPSC, o crime foi planejado por pelo menos dez meses e a única motivação ao autor foi a busca de fama. 

Os relatórios dos dados e das informações encontradas nos aparelhos eletrônicos do réu demonstram que, durante o período em que planejou o ataque, ele participou de fóruns de discussão na internet sobre crimes violentos e pesquisou serial killers.

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